24 maio 2015

Saber de Comunicação preserva princípios inabaláveis: a lição em Madrid e dupla reprovação no Porto

Em Madrid:
 
Isto é uma notícia, mesmo que não divulgada em Portugal e muito menos pelas pantalhas da parvalheira que seguem o Ronaldo como seguem o Carreira. Carletto não ganhou nada, mas sai (sairá?) com o respeito de todos, parece que menos do presidente desejoso de "Florentinálo" pelas costas.
Não é já uma notícia, seria requentada, mas recuperar o sentimento de inimizade dos mesmos (basicamente) jornalistas em relação a Mourinho que antecedeu Ancelotti e semeou discórdia em todos os sectores incluindo o balneário e zangas com praticamente todos os jogadores de Casillas a CR7 passando até por Pepe que a dada altura saiu em defesa do g.r. "que é uma referência do RM" (sic) já seria algo a aduzir sem problemas - se a Informação tuga tivesse coluna ertebral e por cima algo semelhante a massa cinzenta que não de cimento puro e duro. E, lembre-se, o balneário do RM deseja a continuidade do técnico, mesmo que as estatísticas digam que perde mais do que ganha com equipas espanholas do mesmo gabarito: 4 pontos em 16 possíveis esta época com Barça (1v 1d), Atl. Madrid (2d e uma por 0-4) e Valência (1d1e "agónico" chegando a 2-2 após 0-2 em casa), os clubes de Champions. Também o balneário em contraste com Mourinho que desejava vê-lo pelas costas.
 
Também neste caso os jogadores não olharam aos resultados. Os jornalistas não olharam aos resultados. A educação desportiva e comunicacional é outra. Mourinho criou sempre anticorpos porque julgava que lhe beijavam os pés: vitimizou-se como tuga mal comportado!.. Há muito mais a aprender com Espanha, como sempre digo, do que copiar os templates de alguns jornais mais patuscos (o Rascord quis inspirar-se tanto na Marca, eu prefiro o Ás, que até algumas notícias copiou...).
 
Num dado ponto percebe-se que há comunicação, duas partes entenderam-se sendo tão antagónicas nas suas funções com o treinador A como com o B, mas em que o entendimento falha com outros protagonistas. Quem muda é só o treinador.
 
No Porto:
Parabéns aos Heptacampeões!
Mas...
 

O pasquim informou mal, mas o clube informou pior e a reboque. Faz lembrar o câncro do Robson: não tem, como se dizia há 20 anos, nenhum câncro no estômago, respondeu Pinto da Costa. Pois não, era na região nasal...

Há coisas que nunca mudam no FC Porto: a estupidez institucional de julgar ter o mundo todo contra si mas nada fazer pelo seu mundo associativo e simpatizante, uma crítica recorrente que muitos não aceitam mas preferem o chorinho da vitimização sem verem se internamente algo muda para melhor e estarem sempre à espera que a Virgem apareça.
 
Não há portista que se sinta confortado pela rede de Informação do clube, diria até da própria relação com o clube para quem a mantém e da qual desisti há muitos anos por não aceitar ser enxovalhado em vez de seduzido e desde então tive, e mais ainda este ano, milhares de exemplos para não dar a confiança da minha adesão a um clube que maltrata os adeptos, a Informação que lhes chega e claro, em ultimo caso, o próprio emblema.
 
Volto ao ponto da Newsletter que mal soube da sua anunciada existência disse logo: chega tarde, sai cedo (ao fim do dia de trabalho) e porventura terá de reagir tarde ao que sair nos pasquins do dia seguinte. Já tinha devidamente caracterizado o Torto Canal e não me enganei. O Dragões Diário também não.
 
Este é um ponto, mais uma vez, que confirma a minha tese de total inadequação de meios, gente e saberes do que deve ser uma comunicação de um clube. O FC Porto dá tiros nos pés permanentemente. E nenhum adepto pode ficar tranquilo. Alguns devem ter e sentem vergonha
 
O FC Porto veio informar 6ª feira os seus adeptos de que, afinal, não participará mesmo numa competição para a qual já se sabia o calendário e na qual, em dia de promoção e divulgação, Rui Barros até participou, voando para os EUA logo a seguir ao Benfica-Porto. O site do FC Porto de 27 de Abril tinha a notícia do torneio e dos jogos a realizar no Canadá, EUA e México. A foto do Rui Barros lá, também. E, contudo, quase um mês depois, somos confrontados com a notícia, NÃO DADA PELO CLUBE, de que afinal não há "Champions Cup" na América do Norte.
 
Não é pela competição, que vale o que vale e também não vejo que ir ao México, directos de NYC, estragaria os planos da nova época pois o FC Porto desta vez não jogará o Play-off e entrará nos grupos da Champions directamente.

Poderiam explicar em que atrapalha a planificação ir ao Azteca com Herrera e Reyes nos quadros, o que parecia de todo normal e consentâneo com a divulgação do clube com dois expoentes da selecção tricolor?).
 
Esta asneira do FC Porto é ser forçado a divulgar um facto por força da publicação de uma notícia, mesmo que enviesada pela costumeira clubite. Mas o pasquim fez o seu papel; o clube não! A Newsletter não serviu para dizer que, afinal, o FC Porto não vai porque não gosta e o FC Porto já sabia e nada disse. E não serviu a Newsletter que alguns patuscamente apreciam mas ignoram o mau timing e o ter de reagir atrasado, por ter saído de véspera, para desmentir uma notícia da manhã seguinte (como era previsível), precisando meter um reparo no site.
 
São precisos jornalistas para esta merda? Não, basta serem totós, os charlies e os charlots do costume. Tem lá licenciados e tudo, um deles até passou a vestir a fatiota do FC Porto como quadro para a área do Internacional (vide sorteios da UEFA). 
 
Espanta-me, isso sim, que alguém da tarimba de Francisco J. Marques faça a figurinha que acaba a fazer, pela autoria que lhe atribuem (não sei se assina a coisa). Quando foi anunciada a sua inserção na área comunicacional do FC Porto, creio que para director de Informação, elogiei-a e julguei ser um passo certo na afirmação dos conteúdos informativos e afirmação institucional do FC Porto. Um ano depois dei a mão à palmatória por não ter visto nenhuma mudança e nenhuma diferença com a presença do Xico que conheço há muitos anos e com ele trilhei várias das sete partidas do mundo e das coisas da bola.
 
Não espanta, porém, ver um jornalista sabedor e até prestigiado, como sempre vi o Xico, perder a educação e exemplar formação como elemento da Comunicação e os princípios sagrados que não podem ser manietados ao trabalhar para um clube - em geral os clubes aproveitam patos-bravos e não catalogo o Xico nesse painel.
 
Há dias, tomando em conta, de novo via terceiros porque não sigo directamente nada de onde nada (comprovadamente, como se confirma) espero obter (site e panegíricos do FC Porto aí por blogues da treta por muito amigos que sejam), também foi má a forma como a Dragões Diário reagiu - invocando até o bloqueio de Cuba em vias de terminar - às pás e picaretas que, com piada e com civismo, alguns adeptos mimosearam os jogadores antes do primeiro treino da semana, tendo depois a resposta adequada - e que aqui antecipei por ser esse o meu sentimento - dos alegadamente visados Superdragões.

A chamada de atenção feita aos adeptos ou a ironia (têm direito) destes pelo seu desapontamento: qual delas seria subscrita pelo jornalistas Francisco J. Marques no Público ou no JN, ele que também não se poupava a criticar o FC Porto apesar da sua afeição? Quase apostaria os meus tomates em como ele subscreveria como piada oportuna e realçaria o civismo da ocasião a atitude nada desrespeitosa dos adeptos. Mas se teve de ser ele a chamar a atenção e a evocar Cuba sabe-se lá porquê, pois teve a resposta, todos viram, no jogo com o Penafiel.
 
Nesse episódio, os Superdragões reagiram bem, ao que li. A SAD espera só que os adeptos batam palmas? São os adeptos que percebem faltar "ADN de portismo à flor da pele" aos jogadores (e mesmo à SAD cada vez mais distante das bancadas)? São os adeptos que esperam melhor informação do clube e para a qual vão percebendo ter mais educação na função do que os supostos profissionais, muito bem pagos, colocados amigavelmente nesses lugares que, afinal, nada dizem. Os adeptos vão percebendo que há distinções incompreensíveis e promoções internas inconcebíveis a não ser por amiguismo e até nepotismo. Como nunca veremos accionistas, patrocinadores e outros "amigos do croquete" encherem as bancadas, têm de ser alguns 16 mil a garantirem gente no Dragão. E isso os adeptos são os únicos a cumprir, não são totós nem charlies nem charlots.

Enfim, mais um episódio de atavismo interno de quem julga ter o rei na barriga e pensa estar a falar para cubanos ou norte-coreanos. Um episódio que cava a distância associativa - desta vez nem assobiativa - para quem perdeu a ligação à terra. Uma marca deprimente do FC Porto avesso aos ventos da mudança e enredado nos seus miasmas estruturais que muitos adeptos até pressentem mas, venerandos e submissos, custa-lhes admitir mesmo sofrendo sempre cada soco no estômago.

Se preferirem sempre matar o mensageiro, ficam com a Informação cubana ou norte-coreana que é a que merecem. Por isso a Imprensa do Porto definhou, por falta de compradores e de leitores interessados e intervenientes. O portismo instalado manieta o clube. É o que é.

2 comentários:

  1. É. O dinheirinho que ajuda a sustentar alguns projetos de comunicação na região de Lisboa (que tb andam pelas ruas da amargura...), já não existe no norte. Foi-se o dinheiro , ficamos só com maus "hábitos", que - sim senhor - me parecem inibidores para que aparecam coisas novas. O PortoCanal pode não ser o que desejamos, mas é qualquer coisa...

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  2. Umas boas dicas sobre a matéria em geral. Dos "hábitos" muito haveria a dizer, não sei como se enraizaram. Quanto ao Torto Canal, acho que ninguém sabe o que é e para que serve.
    A propósito, li sobre audiências e saber de coisas na ordem dos 5 mil espectadores é alguma coisa possível de discussão?

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