01 dezembro 2014

Do social(ismo)-benfiquismo

Este artigo, que não resisto a transcrever na íntegra e sublinhar algumas passagens, de Rui Ramos hoje, 1 de Dezembro que não é feriado nem teria de ser entre muitas outras datas festivas de Portugal, no Observador, com uma visão longe do politicamente correcto sobre a choldra em que alguns transformaram Portugal, resume todo um estado erguido direito nas bases da corrupção e compadrio de que são exemplo a Imprensa como método de propaganda para manietar a sociedade. E devolve-me, para quem me segue minimamente, ao inextricável bedum que marca a associação entre socialismo e benfiquismo, pois ao mesmo tempo que a choldra se agita por causa de um corrupto bandalho o Benfica até nos jogos mais fáceis e ganhos sem problemas e com pouco jogo continua, jornada a jornada, a ter os mais hediondos benefícios da arbitragem. Como na Política, é todo o regime que actua em nome e favor do Benfica no Futebol tuga.

Vi com alguma atenção, mas não o tempo todo, o Benfica pela primeira vez esta época no campeonato. Aliás, já havia 0-1 quando comecei... Mas foi fácil perceber outra desatenção proverbial da arbitragem em mais um golo fraudulento, marcado ainda por uma saída idiota do g.r. da Académica. Estava mais centrado no árbitro, o pesado Jorge Ferreira que deve acabar sempre com os bofes de fora. O seu rigor disciplinar expulsou Marinho com vermelho directo. Justificado. Mas daquelas entradas vemos muitas em várias equipas... Talvez Enzo Perez e Maxi Pereira estivessem avisados para o rigor disciplinar do árbitro que expulsou, bem, Maicon. O 0-1 cedo facilitou, retirou nervos e tensão, a Académica não era organizada para chatear na frente, não foi preciso recorrer a algo mais do que faltas e faltinhas em que Samaris começa também a entrar em jogo pleno.
 
Mas, pronto, ficou mais um golo em fora-de-jogo, agora não anulado para evitar sacrilégios vários e purgas desnecessárias.

Já tivemos n golos mal anulados aos adversários do benfas, penáltis negados também a outros adversários do benfas mas alguns inventados a favor do mesmo benfas.

Faltava esta peça, um fora-de-jogo fácil de ver num livre com um jogador bem adiantado e estático mas que passou, como a corrupção de Sócrates e o enriquecimento ilícito em que o socialista Sampaio uma vez quis atacar com a inversão do ónus da prova, como se passam estas coisas. Com vergonha, com silenciamento, com o regime a acobertar mais e mais corrupção. Com nojo. O panorama áudio-visual é o que é, como o novo secretariado do partido norte-coreano a "100% de votos" também um mimo de espírito democrático e abrangente que o edil da capital, benfiquista não por acaso e figura assídua da tribuna da Luz onde muita gente da Justiça tem assento igualmente, congregou sob aplausos e muita baba - até daqueles ex-jornalistas agora comentadores arrivistas a cumprirem o voto de "mais papistas que o papa" o que vai sendo difícil entre os idiotas Marques Lopez e Adão e Silva aos quais nem o novo recauchutado Marcelino chega aos calcanhares da desfaçatez sócretina.

Eu não quero ter nada a ver com Sócrates e tenho ideias para o País desde que não chova e inunde isto tudo. Os árbitros, impune mas alegremente, vão dando conta do recado na sua parte, erguendo alto e levando bem longe o andor pelas aldeias cá da terrinha.

Querem juntar 2+2? É menos difícil do que julgar o nexo causal entre socialismo e benfiquismo envolvido em negociatas dignas dos grandes nomes de Portugal. Por isso isto é o que é, leiam aqui que foi de onde hoje retirei isto:

Há ainda suspeitas de outras operações potencialmente ilícitas, entre elas duas reveladas a 19 de Outubro pela Revista 2 do PÚBLICO num trabalho intitulado “Crónica do Fim do Império”. Uma delas prende-se com a compra à Escom (detida pelo GES e devedor do BES), em 2006, por parte do construtor José Guilherme (de quem Salgado diz ter recebido uma prenda de 14 milhões de euros) de cerca de 30% das três Torres de Luanda em construção, por sete milhões de dólares. Esta posição seria revendida à Escom, antes de os andares serem postos à venda, por 34 milhões de dólares.
A segunda operação controversa está associada à dívida ao BES do universo empresarial do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, com créditos no banco liderado por Salgado, em 2012, da ordem dos 600 milhões de euros. O antigo administrador financeiro do BES, Morais Pires, reestruturou a dívida e colocou-a em fundos do BES Vida e da ESAF, o que permitiu retirar pressão sobre Luís Filipe Vieira, que deixou assim de constar na lista dos grandes devedores ao BES exigida pelo Banco de Portugal e pela troika.

Percebem o que é sincretismo informativo e reportagens da treta nas tv's do regime?
 

Sócrates nunca existiu e Costa é um génio
Logo que José Sócrates foi preso, toda a oligarquia política ficou preocupada com António Costa. As formas de vida que habitam as profundidades televisivas desmultiplicaram-se imediatamente em conselhos: acima de tudo, nada de Casas Pias. O guião ficou escrito no primeiro minuto.
Costa cumpriu a sua parte por SMS logo na manhã seguinte. Faltava agora compor o ambiente. Em primeiro lugar, era preciso impedir que o debate público resvalasse para regiões inconvenientes. A rolha usada foi a venerável figura jurídica da “presunção de inocência”. É uma garantia processual, que obriga os tribunais a considerar o acusado como inocente até a sentença transitar em julgado. Durante esta semana, passou a ser outra coisa: a obrigação de toda a gente proclamar solenemente a inocência de quem ainda não tenha sido condenado. A prisão de um ex-primeiro ministro, suspeito de crimes cometidos durante o seu governo, foi assim reduzida a um caso jurídico, que só os técnicos estavam autorizados a comentar.
Conseguido isto, faltava tratar do detido. Não era um manobra fácil. Convinha que não se sentisse abandonado (sabe-se lá como poderia reagir), mas também não convinha incorrer em solidariedades comprometedoras. O Dr. Soares foi destacado para a missão, com excelente efeito. A veemência da sua visita, graças à licença de excentricidade de que hoje beneficia, não responsabilizou ninguém, mas terá bastado para consolar o novo inquilino da prisão de Évora, ao ponto de ser ele próprio, nesse mesmo dia, em comunicado nocturno, a libertar os seus antigos correligionários de qualquer obrigação. Na FIL, este sábado, o galo pôde cantar três, seis, nove vezes.
Não devemos regatear aplausos: esta foi talvez a mais brilhante operação política dos quarenta anos de democracia. Costa apareceu no congresso à vontade, ao ataque. Citou Renzi, comentou o Papa, açoitou o governo, remoeu as ideias mais velhas do regime (qualificação, modernização) como se fossem frescas revelações divinas — e ignorou Sócrates. No fim, os aplausos continuaram nas páginas dos jornais, nos ecrãs de televisão. O país político estava encantado. Depois de superado o choque com Seguro, Costa ultrapassava a prisão de Sócrates, e proporcionava à nação o espectáculo reconfortante da maior demonstração de disciplina partidária de que há memória. Houve logo quem, na vaga de entusiasmo, lembrasse que a Casa Pia antecedera a maioria absoluta.
O estimado professor Marcelo tentou há dias intrigar o povo com a hipótese de que Costa fosse um génio. Mas a genialidade está ao alcance de qualquer político quando todo o regime se reúne para o amparar, a começar pela direita. Desde o PREC que a direita vê no PS a sua muralha da China. Os mais velhos ainda temem o PCP. Os mais novos receiam um “Podemos”. A direita dos interesses, que até gostou de Sócrates, passou a crise a lamentar que o PS não estivesse no governo. Daí o chuveiro de institucionalismo desse lado. Aprendemos que as pessoas não são as instituições, que as instituições estão a “funcionar”, que a “normalidade” nunca foi tão normal. Sim, o Dr. Pangloss fez escola em Lisboa.  
De facto, toda a oligarquia estava interessada em conter o escândalo. Talvez o ex-primeiro ministro agora preso seja, como alguns desesperadamente desejam, caso único, sem igual. Mas este regime deixou-o ascender e, durante seis anos, desempenhar o cargo que lhe terá permitido, apesar das dúvidas de sucessivas investigações e processos, praticar os delitos de que é suspeito. O que é que isso diz do regime? Toda a gente nos ensina agora que as instituições “funcionam”. Mas nunca funcionaram enquanto o ex-primeiro ministro mandou e, alegadamente, executava crime atrás de crime. O seu governo acabou, não por causa dos escândalos e das suspeitas, mas só porque a falta de dinheiro o precipitou na sequência fatal dos PEC. Que se deve pensar de instituições que precisam de grandes crises financeiras para “funcionarem”?

Entretanto, entre socialismo abrangente e só cretinismo permanente, O Jogo continua a esmerar-se. Ao jeito de Marcelo Rebelo de Sousa, julga sair-se com tiradas de la Palisse, falhando o golpe da credibilidade. Do fraudulento 2-1 do Guimarães - um penálti inventado pelo Collina minhoto e um golo limpo anulado que devia ter dado o empate no fim ao Moreirense -, O Jogo nada. De vitórias fáceis e tranquilas de Benfica e Porto, eis um benefício para cada um, concedidos magnanimamente aos adversários.

Gostaria de adivinhar, mas sou parco em invenções e menos ainda em narrativas à medida, se um claro golo irregular de Luisão teria destaque na capa se não houvesse, para contrabalançar correctamente a barca da sobrevivência, um penálti, pouco claro, a clarificar nas turvas águas do Ave no Dragão.

Como sempre, sic transit gloria mundi.

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